4 Comentários

Uma Breve História dos Alimentos


Vou dar uma de Hobsbawn e dividir os alimentos em Eras. Consigo enxergar três delas. Todas foram criadas com o propósito de conservar por mais tempo os alimentos, afim de serem consumidos por períodos mais longos sem nos preocuparmos com sua perecividade. Mas isso tem um preço. E alto, na minha humilde opinião.

Processo de salga do bacalhau para conserva-lo

O primeiro processo conhecido por nós, depois do calor, é a salga. Salgar e secar os alimentos, bem como defumá-los, foi nossa primeira era dos alimentos processados.

Um processo relativamente natural, sem grandes transtornos para a nossa saúde. Mas… isso não evita por tanto tempo assim que o alimento voltasse para a natureza no seu estado putrefe.

Em seguida, aumentamos nossos conhecimentos e refinamos um pouco mais este processo de conservação através da lata e da embalagem a vácuo.

Entramos então na segunda era dos alimentos.

É aqui que os problemas com os alimentos começam. Ao armazená-los em latas, os alimentos tornaram-se mais fáceis para transportar. A perda de alimentos amassados e mal acondicionados diminuiu drasticamente. Com isso iniciou-se a logística intercontinental. Mas apenas a salmora (conservante inicial que se utilizava nos enlatados) não conseguia segurar por muito tempo a validade do produto. Entram aqui os conservantes químicos. Prolongando a vida do produto e trazendo sérios riscos à saúde de quem os consome. Mas isso não é novidade para ninguém.

A terceira era dos alimentos, que inicia após o findar da Segunda Guerra, veio para, digamos, aprimorar a natureza. Ora, se conseguimos transportar e conservar a maioria dos grãos e embutidos, por que não tentar com os frutos? É nesta era que surge o produto alimentício, no lugar do alimento. Margarinas no lugar de manteigas. Sucos de fruta, por bebidas à base do fruto e logo depois por um suco em pó. Queijo por cream cheese e assim sucessivamente.

A comida, a partir deste momento, passa a ter uma bula. E quanto mais extenso é este rótulo, mais fragmentada é esta comida. Por exemplo: o milho passa por um processo horroroso para virar amido de milho, xarope de milho, frutose e outros derivados. São remontados juntamente com outros alimentos fragmentados, com uma aparência legal e um bom marketing e pronto! Você tem um novo produto alimentício que, pasmem, consegue ser mais barato que o milho inteiro! Ah sim, tem umas vitaminas e minerais pra compensar toda esta perda que teve no processo de fragmentação. Mas é tudo sintético também.

Isso é sério não só pelo fato desta química toda agir no nosso organismo a longo prazo, acarretando sério problemas de saúde, inclusive o câncer. Mas pelo fato de, por mais que queiramos, cada um de nós só é capaz de comer cerca de 680 quilos de comida por ano. Na média. Ou seja, ao contrário de outros produtos (sapatos, bolas, CDs, etc.), existe um limite. Uma tolerância natural por ingestão de comida.

Isso significa  que a taxa natural de crescimento de comida só se dá com o aumento da população (cerca de 1% ao ano). Você conhece alguma indústria que queira crescer 1% ao ano?

Isso deixa as indústrias com duas opções para crescer: arranjar um jeito de fazer com que as pessoas gastem mais dinheiro pelos mesmos 3/4 de tonelada de comida ou, instigá-las a comer mais do que isso. Qualquer uma destas estratégias não são excludentes, é claro, e a indústria de alimentos esforça-se com grande empenho em pôr em prática as duas ao mesmo tempo.

Funciona assim: antes era farinha de trigo quebrada e processada. Depois inventaram a farinha de trigo alvejada. Mais adiante veio a farinha de trigo enriquecida com ferro e fermentada. Como não tinha mais pra onde ir, resolveram ajudar a gente e criaram mistura para bolo e cereais matinais adocicados. E assim o processo segue seu curso, com o fluxo de produtos agrícolas cada vez mais baratos levando as indústrias de alimentos a inventar novas e complicadas maneiras de agregar valor e nos induzir a comprar e comer mais.

Passamos da idéia da refeição-numa-pílula para a da pílula-numa-refeição. Ou seja, estamos, cada dia mais, comendo remédio e transformando nosso corpos em algo nada saudável.

Se você não quer fazer parte desta cadeia, escolha melhor seus alimentos. Se gosta de comer besteira, como eu, faça suas próprias besteiras ao invés de comprá-la em um saco plástico. Depois nasce um caroço nas suas costas e você não entenderá por quê.

4 comentários em “Uma Breve História dos Alimentos

  1. ei ou ou ou olha pro dj dj dj dj

  2. nnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn

  3. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk nao entendi nada kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Deixe sua opinião